Eras a luz toda reunida
num vaso de obsidiana.
Corpo a corpo: espelho perfeito.
Pousei a mão
sobre a tua nudez
e fez-se noite.
Deus, por instantes,
ficou cego
e fomos um, dois, três,
ai, fomos tantos.
De manhã,
achámo-nos órfãos do mundo.
E todos os dias,
como a vida,
começamos do zero.
Dionicio Morales, Mexico (n. 1943), tradução de Soledade Santos